Cinebiografias de grandes personalidades do show business são um prato cheio. O formato traz às telas histórias que o público já cultiva certa afinidade e, por conta disso, a identificação é muito mais garantida. Em “Hebe – A Estrela do Brasil”, conhecemos não apenas uma das apresentadoras mais importantes da televisão, como também uma mulher que tem que lidar com angústias e problemas pessoais.
Andrea Beltrão é a responsável por dar vida à protagonista. A atriz, inicialmente nada parecida com a apresentadora, compreende tão bem a personagem – em seus trejeitos, sentimentos e importância – que nos faz esquecer rapidamente da falta de semelhança física. Andrea, que sempre demonstrou ter um ótimo timming para a comédia, consegue nos levar da risada ao choro em segundos.
A atriz é casada há 25 anos com Maurício Farias, diretor da película. O que poderia ser uma escolha arriscada se tornou um dos grande méritos do filme, afinal a dupla trabalha em perfeita harmonia. Em inúmeras cenas, Farias faz questão de não tirar o foco do belíssimo trabalho de Andrea, reforçando ainda mais suas expressões e sentimentos.
Mas o filme é muito mais do que a história da apresentadora. Mesmo se passando inteiramente nos anos 80, a produção traz uma temática completamente atual, explorando assuntos como homofobia, religião, assédio e censura. O roteiro de Carolina Kotscho mostra o quanto Hebe era justa e verdadeira, defendendo ao longo de sua carreira inúmeras minorias e batendo de frente com o governo.
Durante as quase duas horas de duração, conhecemos uma mãe que luta pela felicidade do filho, uma esposa que insiste e sofrer com um relacionamento fadado ao fracasso, uma amiga que quer o bem-estar de seus companheiros e uma mulher muito poderosa que não abre mão de tudo que lutou para conseguir.
No fim das contas, “Hebe – A Estrela do Brasil” é um filme cheio de carisma e personalidade. Ao sair do cinema, a vontade de pesquisar no YouTube vídeos da “gracinha” é inevitável. Sem sombra de dúvidas, uma das grandes estrelas do Brasil!
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